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O que Luca quer comer?

O que o Luca quer comer?



Desde antes de nascer, aquele menino foi esperado. A mãe da mãe queria, a mãe do pai chorava, as tias imploravam por ele. E assim, numa sexta-feira de sol, ele nasceu. Primeiro filho, primeiro neto, primeiro sobrinho, primeiro tudo. Xodó máximo dos dois lados.

Conforme os dias passavam, Luca revelou-se um bebê tranquilo, dormia bem, quase não chorava. Mas tinha um detalhe a mais: era guloso, muito guloso! Os avôs, que se metiam menos nos dengos ao neto, começaram, então, uma leve disputa. De um lado, o avô era português – e insistia que Luca, já que era seu neto, seria fã de uma bacalhoada. Do outro lado, o avô era italiano – e insistia que Luca, já que era seu neto, seria fã de uma macarronada. Como ainda era apenas um bebê, Luca, alheio a tudo isso, devorava com gosto suas papinhas de frutas.

Luca crescia rapidamente. A curiosidade dos avôs também. Será que ele ia gostar de bacalhau? Será que ele ia gostar de macarrão? Os pais, que gostavam mesmo era de frango com salada, riam muito desta guerra pelo apetite do neto.

Luca cresceu, e, como seus pais, comia tudo quanto era salada que se pusesse em seu prato. Do alface à rúcula, nenhum verde lhe escapava. Mas agora, chegara a hora de se tirar a teima: afinal, gostaria ele do bacalhau ou da macarronada?

O primeiro a querer tirar a prova foi o português. Combinou, num domingo, que a família toda se reunisse para uma boa bacalhoada. Todos à mesa, na expectativa, e o menino foi servido. Olhou, fez cara de pouco caso. Provou, não gostou. 'Eu sabia!', disse o italiano. 'É meu neto, gosta de macarrão!' O avô português não conseguiu esconder a cara de decepção.

No domigo seguinte, a nonna caprichou. Saiu do forno, soltando vapor, aquela macarronada. Todos à mesa, a expectativa ainda maior, o menino foi servido. Olhou, fez cara de pouco caso. Provou, não gostou. 'Eu sabia!', disse o português. 'É meu neto, pode não gostar do bacalhau, mas também não come o macarrão!' E o avô italiano também não conseguiu esconder a cara de decepção.

A família toda ficou um tanto encafifada. Não gostava do bacalhau, e nem da macarronada? Luca era meio português, meio italiano. Não deveria o menino ter devorado os dois pratos com igual satisfação?

No terceiro domingo, os avôs não opinaram. A família se reuniu, mas desta vez não tinha prato. Nem macarrão, nem bacalhau, nem nada. Foram então à uma churrascaria. Chegando lá, que surpresa! Luca de tudo queria.

Agora vejam vocês, como que as coisas são. O menino, luso-italiano, desapontou os avôs sem intenção. Não quis bacalhau, não quis macarrão - já para o churrasco, não disse não. Tanta disputa pelo gosto do netinho, e no fim das contas, ele gostou do churrasquinho! Avô italiano, avô português, tanto faz. O neto é brasileiro, e as carnes é que ele quer mais!

4 comentários:

Coisinhas da Tia Poli disse...

Oi!
Amei seu espaço!

Passei a te seguir e vou te indicar lá no meu blog... Adorei!

Beijocas!!!

Dadá disse...

Que bom que gostou! Volte sempre - e leia as historinhas para todos os pequenos à sua volta!!! :-)

Beijos

Elaine disse...

Muito legal Luca, garoto esperto!!! Rs... me divirto

Fabio disse...

Oi, Dadá!
Só agora consegui ler a historinha em homenagem ao nosso piccolino Luca. Infelizmente blogs são bloqueados no meu trabalho.
Parabéns pela iniciativa, espero que a idéia vá longe e traga cada vez mais oportunidades.
Bjs!!!
Binho, Ju e Luca.

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