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As historinhas do dia

Gente,

há algum tempo venho paquerando as bonecas de papel da Denise Brandt. Desde a primeira vez que as vi, fiquei de quatro! E aí, surgiu a oportunidade que eu esperava...


Domingo, minha cunhada, Leticia, nos convidou para irmos até a casa dela, para que o Davi e a Carol pudessem brincar juntos. A Carol tem só 4 anos, mas a Leticia é das minhas: adooora livros! Por isso, Carol já tem uma biblioteca invejável, apesar da pouca idade. Não preciso nem dizer que ela e o Davi espalharam todos os livros pela sala, né? :-)


Mas, voltando às bonecas. Já que íamos lá, comprei o kit da Chapeuzinho Vermelho para levar para a Carol. E, claro, quis montar tudo e brincar com ela! Eu não fiquei surpresa quando ela me disse que o Lobo não é mau. Não fiquei surpresa porque, desde que escrevi ' O Lobo bom', aqui no blog, várias mães me contaram que os pequenos adoram o lobo. Com a minha sobrinha, não é diferente: também ela é fã do lobo! Então, resolvi contar uma historinha para ela. Comecei a inventar, e ela interagiu o tempo todo, participava dos diálogos, dava opiniões. E, assim, tenho o prazer de postar a primeira historinha que eu e minha sobrinha, Carolina Mendes, escrevemos juntas: Chapeuzinho e o Lobo Bom devorando docinhos!!! Esta eu não vou dizer 'espero que vocês gostem', porque eu tenho certeza que irão gostar!!! Ou pelo menos, as crianças vão, já que foi uma criança linda, esperta, interessante que deu os contornos da história...

E, temos ainda outra historinha no dia de hoje! Para quem não checou ontem o blog dos Bonequinhos de Palito (http://bonequinhosdepalito.blogspot.com), trouxe 'A menina e o catavento', uma histórinha que escrevi com muito carinho e tornou-se ainda mais especial por ter sido ilustrada pela Carol Horácio! Valeu, prima, amei!!! As historinhas tornam-se mais especiais com o seu toque!!!

É isto. Muita coisa boa hoje! :-)

Mil beijos e bons sonhos!!!


Ps: esqueci de mencionar. As imagens da historinha da Chapeuzinho são do Mygrafico.com
Ps2: o concurso ' Se seu menininho fosse uma historinha, como seria?' continua valendo!!! No post do dia 30/05, todas as explicações de como participar! Corram para o blog da Menininhos e boa sorte!!!!
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Chapeuzinho e o Lobo Bom devorando docinhos - por Dadá Horácio & Carol Mendes

Chapeuzinho e o Lobo Bom devorando docinhos!





Desde que se mudou para a floresta onde vivia a Vovózinha, o Lobo bom e a Chapeuzinho tornaram-se inseparáveis! Eram grandes amigos, e queriam fazer tudo juntos, o tempo todo. Esta histórinha é de uma das muitas traquinagens que os dois aprontaram juntos.

Era uma tarde comum, nem muito fria e nem muito quente. O sol estava ameno, e uma suave brisa convidava para um passeio. Chapeuzinho tomou o caminho da floresta, pronta para visitar a sua avó, quando encontrou o Lobo no caminho.

  • Oi Vermelhinha, para onde você vai? - perguntou o Lobo à sua amiga.

  • Oi Boludo, estou indo para a casa da Vovó. Quer vir junto?

  • Claro, vamos lá!

E assim foram, Chapeuzinho e o Lobo – ou Vermelhinha e Boludo, que eram os apelidos pelos quais se chamavam.

No caminho, os dois amigos viram muitas flores bonitas, e resolveram pegá-las para enfeitar a casa da Vovó. E eram tantas, mas tantas flores, que logo os dois estavam carregados, parecendo uma floricultura ambulante!

Quando chegaram na casa da Vovó, ela não estava.Mas tinha deixado algo em cima da mesa. Uma bandeja cheia de docinhos! Os olhinhos dos dois brilharam ao ver aquilo. Chapeuzinho foi quem deu a ideia:

  • Boludo, acho que não tem problema se a gente comer um docinho, né?

  • Acho que um docinho só não vai fazer falta, né, Vermelhinha?

  • É, unzinho só não faz diferença...

  • Dois, né, um para mim e outro para você!

  • Isto, dois. Dois não farão falta. Vamos provar!

Comeram um, depois outro, depois mais um, depois mais outro... até que tinham acabado com a bandeja toda! Foi assim, num piscar de olhos, sem que eles nem percebessem. Quando viram o estrago que tinham feito, ficaram desesperados:

  • E agora, Vermelhinha, o que vamos fazer?

  • Boludo, me deixa pensar!

  • Pensa logo e pensa rápido, porque a gente tá frito!

Chapeuzinho pensou e pensou e chegou à conclusão que não tinha outro jeito: teriam que fazer mais doces! Comunicou sua decisão ao Lobo. 'Vamos ter que fazer mais docinhos, não tem outra maneira. Vamos fazer brigadeiros, que é o que eu mais gosto!'

Chapeuzinho pegou uma panela grande e tacou lá dentro o leite condensado e o chocolate. Só que nenhum dos dois amigos tinha feito brigadeiro antes, então... Arruinaram a receita! O brigadeiro ficou duro, grudado no fundo da panela, não conseguiram comer de jeito nenhum! Chapeuzinho teve, então, outra ideia.

    • Já, sei o que vamos fazer! Vamos tentar a receita de beijinho de côco para ver se é mais fácil. Também é um docinho bem gostoso, né?

    • Gostoso, é. Mas será que é fácil de fazer?

    • Eu já vi a Vovó fazendo diversas vezes. É só misturar este leite com o côco. Tentar não custa, né?

    • É, tentar não custa!

Mas foi aí que os dois se enganaram feio! Tentar custou caro, já que eles realmente não sabiam fazer doces...

Colocaram os ingredientes na panela e deram uma mexidinha. Achando que estava demorando muito para ficar pronto, resolveram sair para brincar um pouquinho. Quando voltaram, eles não tinham apenas estragado o doce. Tinham estragado tudo – o doce queimou, grudou na panela. A panela continuou queimando, derretendo o cabo. No final das contas, ao entrarem na cozinha, tudo que restara era uma mancha preta na parede e um cheiro muito forte de queimado.

    • Estamos mais que fritos, Vermelha! Estamos fritos, cortados e servidos no espetinho!

    • Estamos fritos, Boludo! E agora?

    • Não sei, não sei, não sei!

Ficaram os dois indo de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Até que o Lobo teve uma ideia.

  • Já sei! Vamos pegar as flores que trouxemos para enfeitar a parede!

  • Boa ideia, vamos fazer isto agora mesmo!

Os dois correram para enfeitar a parede inteirinha. Em questão de minutos, não se via uma única marquinha de queimado, a parede estava coberta de flores. Foram até a despensa da casa da Vovó, pegaram um pacote de biscoitos e colocaram na bandeja em cima da mesa. Mal acabaram de fazer isto, a Vovózinha chegou.

  • Chapeuzinho, Lobo, vocês estão aqui! Que surpresa boa!

  • Não sei se a senhora vai achar a surpresa tão boa assim, Vovó – disse a Chapeuzinho.

A Vovó notou os biscoitos no lugar dos docinhos, e antes que tivesse tempo de dizer qualquer coisa, Chapeuzinho e o Lobo contaram, tintin por tintin, tudo o que acontecera. A Vovó ouviu tudo em silêncio, e então deu um sorriso.

  • Mais importante do que os docinhos, do que as panelas, e até do que a parede, é a segurança de vocês dois. Vocês correram um risco muito grande, mexendo com fogo sem ter um adulto por perto. Graças a Deus que estão bem!

  • Mas... e os docinhos, Vovó, e a parede? - perguntou Chapeuzinho.

  • Os docinhos eu fiz para vocês. Não tinha problema nenhum em comerem todos, eles estavam aqui aguardando que vocês viessesm. E, quanto a parede, vocês fizeram o mais importante: contaram a verdade!

  • Contamos a verdade, mas estragamos a parede! - disse o Lobo.

  • Pelo contrário! Agora tenho uma parede linda, coberta de flores, que vocês enfeitaram com todo carinho para mim! - respondeu, sorrindo, a Vovózinha.

Chapeuzinho e o Lobo ficaram muito felizes por terem contado a verdade! Estavam com tanto medo da reação da Vovózinha, mas ela os desculpou porque eles foram sinceros.

A Vovó fez um lanche bem gostoso para todos. Chapeuzinho e o Lobo, neste dia, aprenderam várias lições que nunca mais esqueceram. Daquele dia em diante, não tentaram mais mexer com fogo, nem mesmo para fazer docinhos. E, sempre, sempre, contam a verdade, não importando quão difícil pareça ser fazer isto. Só teve uma coisa que eles não aprenderam: não conseguiram deixar de ser bagunceiros, e continuam aprontando todas por aí!

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A menina e o catavento


Beta era uma menina comum e diferente ao
mesmo tempo. Comum porque gostava de tudo o que as outras meninas gostam, desde pular elástico até pintar as unhas. E diferente, porque tinha uma visão muito única das coisas. Tudo o que Beta via, via com poesia. Via em cores, em jogos de luzes. Criava, mentalmente, imagens de tudo o que via. E como eram lindas estas imagens! Assim, quando a escola de Beta anunciou que, a partir daquela data eles teriam aulas de artes, todos pensaram que a menina ficaria encantada com a ideia. Ficou encantada com a ideia, mas na prática, a coisa não funcionou.

A aula de artes da escola de Beta tinha o nome errado. Devia se chamar aula de artesanato. A professora de artes achava que seus alunos não queriam aprender sobre pintores, escultores, fotógrafos. Sobre artistas, enfim. Ela achava que a arte deveria ser vivenciada na prática. Claro que esta também era uma boa coisa e todo mundo topou. E foi assim que a aula de artes virou aula de artesanato, com a professora indicando cortes e colagens dos mais diversos tipos.

Beta adorava, como era esperado. Só que ela e a professora não conseguiam chegar a um consenso. Era assim: a professora ensinava a turma a fazer um origami legal, um tsuru. E pedia que todos fizessem uns quatro ou cinco tsurus diferentes, para fazer um enfeite de porta. Beta não fazia quatro ou cinco. Ela fazia um. O mais bonito da turma. Mas só um. E a professora cobrava os outros:

  • Beta, só um? Eu pedi pelo menos quatro para o enfeite!

  • Mas o meu não quer ficar preso na porta! Eu estava aqui olhando para ele e, deste ângulo, nesta luz, eu pude sentir isto.

  • Sentir o quê, Beta?

  • Que ele quer sair voando alto, até chegar a um campo de girassóis. Muito melhor que ficar preso na porta, professora!

A professora ria e concordava. Via uma alma de artista em sua frente e sabia que não poderia cortar as suas asas. Também a menina ainda tinha voos altos para dar. Mas não poderia, do mesmo modo, ser injusta com os demais alunos, que tinham feito a tarefa como ordenado. Por isso, Beta sempre ficava na média. Só na média, apesar de ser uma aluna nota dez.

Um dia, a professora chegou com um papel muito bonito. De um lado, não tinha nada demais, era branco, liso. Do outro, no entanto, tinha uns losangos coloridos que pareciam milhares de pequeninas pipas, umas ao lado das outras. A professora, então, disse aos alunos que era para que fizessem um cartão muito bonito, que seria um presente para eles mesmos no dia das crianças. E completou: 'trouxe vários pequenos ramalhetes de flores. Depois cada um pega um para colocar junto com o cartão'.

As crianças adoraram a ideia. Começaram a recortar corações, desenhar dentro dos cartões, faziam cada coisa linda! Só Beta não fazia nada. Ela olhava para a folha, virava o lado branco, virava o lado estampado. Suspirava. Virava o lado branco, virava o lado estampado. Suspirava. A professora percebeu.

    • O que houve, Beta? - indagou a professora.

    • Não quero fazer cartão – respondeu a menina.

    • Por que? Você acha que não merece? - espantou-se a professora.

    • Acho que um cartão é pouco e eu mereço mais! - concluiu a menina.

    • Está bem, Beta. Então faça o que o seu coração mandar. - riu a professora.

Os olhos da menina encheram-se de alegria! Ela poderia criar o que bem quisesse. E foi rápida, já que era muito criativa. Num piscar de olhos, cortou, dobrou, transformou o papel em um lindo catavento. Foi até a professora, pegou um ramalhete de flores e um copo; ajeitou as flores dentro do copo e tacou o catavento em cina.

Ao ver o resultado do trabalho de Beta, a professora surpreendeu-se com a originalidade e beleza da coisa. Era uma contradição: tão simples e tão elaborado, simplesmente perfeito. A professora não conteve a curiosidade e disse:

  • Eu amei o que você fez, Beta. Mas por que um catavento ao invés de um cartão?

  • Porque eu precisava mais do catavento – repondeu a menina.

  • Para quê? - a professora aplaudia a genialidade da aluna.

  • Porque o catavento diz para onde sopra o vento, e me ajuda a saber para onde devo voar...

Beta cresceu e continua voando, cada vez mais alto. Agora, ela não se contenta mais em criar imagens em sua cabeça. Ela cria imagens de verdade. Usa toda sua sensibilidade para enxergar as coisas pelo ângulo certo, na luz certa, da forma ideal - com aquela visão encantadora e colorida que as crianças tem e que ela sempre fez questão de manter!
Esta historinha foi ilustrada pela Carol Horácio, com toda a criatividade e beleza dos Bonequinhos de Palito!!!!
http://bonequinhosdepalito.blogspot.com


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A historinha do dia + Surpresa

Gente,

como eu havia prometido, hoje a historinha tem BONEQUINHOS DE PALITO (http://bonequinhosdepalito.blogspot.com) e ainda temos uma surpresinha...

A historinha do dia é sobre o João Marcelo, filho da Barbara, da MENININHOS, que nasceu prematuro e hoje em dia vive correndo para todo lado! E a surpresa é um concurso super bacana, que...

Bom, aqui embaixo está uma postagem sobre o concurso. Logo abaixo dela, postei a historinha do dia, com imagens lindas que a Carol Horácio fez com muita sensibilidade.

É isto. Espero que gostem da historinha e participem do concurso!!!

Mil beijos, bons sonhos e boa sorte!!!!
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Concurso: se seu menininho fosse uma historinha, como seria?

Concurso: se seu menininho fosse uma historinha, como seria?

Gente,

eu tinha prometido uma surpresa para hoje, e garanto que vocês vão gostar! Vamos lá, então, por partes. Bom, desde que eu e minha prima, Carol, criamos juntas 'A menina do cabelo de mola vira princesa', ficamos com aquele gostinho de quero mais. Natural, né? Além de primas, sempre fomos amigas, passamos a infância juntas, brincando de Barbie até doze anos de idade (neste tempo a gente ainda brincava de boneca aos doze anos e era normal...). Estávamos com muita vontade de, novamente, contar uma historinha ilustrada com os Bonequinhos de palito. E aí...

Nada acontece por acaso, não é mesmo? Minha queridíssima amiga Clarissa tem uma amiga de quem gosto muito, a Barbara. Sabem quando o santo cruza? Pois é, meu Santo e o dela são parceiros – aliás, minha
Santa, já que eu nasci em 4 de dezembro, dia de Santa... Barbara! Sempre nos demos bem, e como o acaso não existe mesmo, nós duas tivemos dois menininhos lindos, com um intervalo de menos de um ano entre eles. E a vinda destes dois rapazinhos mudou as nossas vidas.

Já falei do Davi muitas e muitas vezes para vocês, e no quanto ele me inspirou a começar a contar estas historinhas. E hoje vou falar do João Marcelo, da Barbara.
Como eu, a Barbara AMA ser mãe de menino. E, como eu, quer sempre coisas lindas, descoladas, bacanas para o João. Só que, ao entrar nas lojas, deparava-se com coisas sem graça, pouco criativas. Ela poderia ter se tornado uma destas mães que lamenta ' vestir menino não tem tanta bossa quanto menina...'. Mas ela, assim como eu, não compra esta ideia de jeito nenhum! Então, ela fez uma coisa absolutamente fantástica: criou uma grife de roupas exclusiva para os baixinhos, a MENININHOS. Eu, claro, me tornei cliente imediatamente. Onde mais eu poderia achar camisetas gola V com caimento perfeito, calças saruel em malha super gostosa, tudo com excelente qualidade e preço? Não tinha como fugir, né?

Enfim, a Barbara sempre curtiu minhas historinhas, dava um super apoio. Acabou me apresentando uma amiga, a Beta Bernardo, de quem logo virei fã! O trabalho da Beta é tão encantador que já inspirou algumas das minhas historinhas.
Então, aconteceu o inevitável. Quatro mulheres juntas, apaixonadas pelo que fazem e querendo colorir o mundo. Quatro cabeças pensando, matutando algo que pudéssemos fazer juntas. E aí, clic! Como num dos flashes da Beta, pintou a ideia! Os quatro blogs se uniram para um concurso super bacana, que tem um pouco de nós quatro. Um concurso para estimular a criatividade de vocês e que tem uma recompensa nota dez! É o concurso de historinhas que vai deixar o seu menininho mais lindo do que nunca!

Como participar? É bem fácil. É só acessar o blog da MENININHOS e deixar um comentário, em poucas linhas, dizendo 'Se o seu menininho fosse uma historinha, como seria?' Serão válidos comentários até o dia 01/06/2011, às 22h. O resultado será anunciado na sexta feira, dia 03/06, nos blogs da MENININHOS e da Beta Bernado. O prêmio? Tchan, tchan,tchan, tchan...


Um Kit MENININHOS (camisa ou body- calça) + uma sessão de 10 fotos com a Beta Bernardo!!!! Ou seja, não apenas seu menininho ganha uma roupa linda, mas a mamãe ainda vai ter fotos maravilhosas para exibir para todos!!! Não é o máximo?


Serão postadas, coletivamente, as historinhas que eu fiz para o João Marcelo e para a Beta Bernardo e que a Carol ilustrou. São os Bonequinhos de Palito contando historinhas novamente, para encantar a todos!!!


Este concurso é destinado aos MENININHOS recém-nascidos até os dois anos de idade. Mas, em breve, teremos uma nova surpresa pintando aqui! Por isso, já deixo a dica: mães de meninos maiores e mães de menininhas, não se frustrem! Deem uma passadinha no blog da MENININHOS, surpreendam-se com as lindas imagens da Beta Bernardo, encantem-se com o traço original e divertido dos Bonequinhos de Palito! Imaginação e criatividade são essenciais para quem convive com crianças. Façam parte disto, mesmo se sentindo excluídas. Logo, logo, pinta uma coisa bacana por aqui para vocês, aguardem! ;-)


Ah, não quer aguardar de jeito nenhum? Manda bala! Me escreve um e-mail, me deixa um comentário, me fala da sua criança! Eu prometo que crio uma historinha com todo carinho, especialmente para o seu/sua pequeno/a. É pouco? Corre para o blog da Carol e faz uma encomenda! Tem as canecas mais lindas do mundo na qual você tem seu/sua pequeno/a como bonequinho de palito!!!!


É isto! Tenho certeza que todas tem coisas lindas para contar dos seus menininhos e criarão historinhas lindas! Ah, e podem se inspirar nas historinhas daqui! Afinal, eu adoro escrever sobre o meu menininho...


Uma última observação, que é pertinente. As fotos serão feitas no Bosque da Barra, no Rio de Janeiro. Todos os que concorrerem fora da cidade do Rio, ganharão o kit Menininhos. Quanto à sessão de fotos da Beta Bernardo, duas opções. Ou a pessoa custeia a viagem dela, que aí ela vai a qualquer lugar fotografar o menininho ganhador - e ela está louca para ganhar uma viagem, tá, gente!? - ou o ganhador de fora do Rio aproveita a desculpa e vem para a Cidade Maravilhosa ganhar suas fotos e aproveitar a cidade!!!!


Um grande beijo!



http://bonequinhosdepalitoblogspot.com/
http://www.betabernardo.com/
http://menininhos.com/blog
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A História de um Menino


A história de um menino



Parecia um menino comum. Lindo, é verdade. Mas um menininho como tantos outros. Mas aquele menino tinha algo a mais. Algo que, se você prestasse atenção, era fácil de perceber, era um brilho no olhar, um sorriso maroto, um sei-lá-o-quê.

Chamava-se João Marcelo, e sua vinda ao mundo foi, desde o início, um acontecimento. Deveria ter nascido em um diazinho quente, bem depois do fim do inverno. Mas o menininho, desde sempre, sabia o que queria. E achava que o inverno era mais bacana, então se adiantou. Se adiantou tanto que deu um susto em sua mãe – chegou muito antes do previsto. João Marcelo tinha pressa. Muita pressa.

Desde o primeiro momento em casa, sua mãe viu que o filho era afobado. Para tudo. Queria mamar, queria dormir, queria brincar. O que quer que quisesse, queria na hora, no minuto, no segundo exato! Tinha que ser atendido instantaneamente. Não era birra. Não era mimo. Era pressa mesmo: o menininho não queria saber de perder um único minuto do seu dia a toa.

E que dia era aquele... João Marcelo fazia valer cada um dos milésimos de segundo do seu tempo. Parecia ter um relógio interno, que dizia sempre: 'corra, João, corra!' Parecia estar indo tirar o pai da forca o dia inteirinho. E ninguém conseguia entender como uma criaturinha tão pequena poderia ser tão apressadinha quanto aquela.

Conforme foi crescendo, João Marcelo foi se tornando um corredor nato, como era de se esperar. Se tinha que ir a algum lugar, criava asas e ia voando! Ao invés de aprender a andar, aprendeu a correr, para desespero de sua mãe que, enlouquecida, corria atrás ' cuidado para não cair, João!'

Era o orgulho do pai, ele mesmo um corredor, que espalhava aos quatro ventos que 'o João Marcelo saiu a mim!' 'Pois não bastava ter saído a cara do pai, ainda veio com mania de correr também?'- pensava a mãe, rindo das proezas do filho.

Quando entrou na escola, correu para fazer uma porção de amigos! Era o mais novinho da turma, era o menorzinho. Mas logo virou o amigão de todos. Se brincava com os demais, ninguém precisava perguntar : 'o João Marcelo quer brincar de corrida, posso até apostar!' E ninguém fazia esta aposta, porque o resultado era certo – para cima e para baixo, corria aquele menino esperto.

Pois o tempo foi passando, e o menininho não mudou. Sempre apressado e ligeiro, assim por toda a vida continuou. Nunca deixou ninguém esperando, nunca se atrasou um minuto sequer. Corria para encontrar a todos, criança, homem ou mulher.

Um dia, já maiorzinho, alguém quis saber: 'João Marcelo, por que tanta pressa sempre teve você?'

Era uma pergunta que qualquer um reponderia. Bastava conhecer sua história, e então saberia. Aquele brilho no olhar e as asas nos pés não eram em vão. Sua vinda ao mundo tinha uma especial razão.

'Eu nasci correndo, não foi por querer. Uma estrela no céu mandou, só fiz obedecer. Disse-me que aqui, havia alguém esperando. Um coração cheio de amor, mas que estava de mim precisando. Vim ao mundo para preencher muito mais que um vazio – por isso vim gaiato, com este jeito meio vadio. Corri a vida inteira, e pela vida inteira hei de correr. Para alegrar minha mãezinha, e de amor seu coração encher!'

Quem conhece a sua história sabe que o menininho tem razão. Sua vinda trouxe à mãe muito amor no coração. E o amor era tanto, que agora transbordava. Pelo filho e pelos outros, que ela agora admirava. Então, a mesma estrelinha esta mãe iluminou. Com seu jeitinho muito meigo, foi à luta e arrasou! Agora não se contenta em ser só mãe de um menininho. Quer mostrar ao mundo a graça e a beleza que se encontram nos menininhos. E é assim, cheia de bossa, que ela leva sua vida. Ao lado do filho amado, enviado pela estrela querida...



Esta historinha foi ilustrada pela Carol Horácio, com o traço mágico e moderno dos Bonequinhos de Palito!!!

http://bonequinhosdepalito.blogspot.com
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A historinha do dia

Gente,

como boa carioca, não gosto de dias nublados. Não sou muuuito fã do frio, mas aturo. Mas dia cinzento, chuvoso... é dose! Já que São Pedro e Santa Clara estão num piquenique monopolizando o sol lá no céu, resolvi trazer um para nos esquentar aqui no blog! :-)

Espero que gostem da historinha e das imagens, que são do mygrafico.com. E, como prometido, amanhã teremos BONEQUINHOS DE PALITO (http://bonequinhosdepalito.blogspot.com) aqui no blog, além de uma surpresa. Aguardem!!!

Mil beijos e bons sonhos!!!!
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Um céu azul de bolas

Um céu azul de bolas



Estávamos no meio do outono, mas parecia que o inverno já tinha chegado. Fazia frio, muito frio, há dias. E o frio é meio ruim, porque as mães da gente botam casaco-luva-gorro-cachecol e a gente fica assim, todo encapotado e com dificuldade de se movimentar. É ruim, como eu disse, mas a gente dá um jeito e consegue brincar mesmo assim. O problema era a chuva. Com chuva, não tinha papo! Tínhamos que ficar trancados dentro de casa e ponto final. E esta estava sendo a nossa rotina aqueles dias. Casa-escola-casa, sem podermos brincar do lado de fora. Uma rotina bem chata!

Por causa do mau-tempo, a Duda não estava vindo ficar na casa da avó dela, e a maioria dos meus amigos estava trancafiado dentro de casa como eu. A gente tentava fazer alguma coisa para se encontrar – uma tarde fui para a casa do Pedro jogar videogame, em outra fizemos uma corrida de carrinhos de controle remoto na casa do Xará. Mas tinha dias que o frio era tão grande, e a chuva tão forte, que ninguém podia colocar o pé fora de casa. Teve um dia – este foi o pior de todos – que choveu uma noite inteirinha, e, de manhã, ligaram da escola dizendo que não haveria aula. Tinha faltado luz na escola, e também na minha casa e na de todo mundo. Neste dia, ninguém pode se ver, nem mesmo na hora do recreio.

Eu já estava bastante aborrecido com aquela coisa de ter que ficar preso dentro de casa. E olha que tinha uma porção de coisas para eu fazer em casa: eu tenho muitos e muitos livros legais, e vários carrinhos de controle remoto, um ferrorama grandão e uma mini-bateria super bacana, que toda vez que toco minha mãe franze as sobrancelhas e diz ' isso, filho, continua treinando para ficar igual ao papai!' E, claro, tinha a bateria de verdade, grandona, do meu pai, que ele me deixa tocar junto com ele. Eu tinha mesmo um parque de diversões dentro de casa, mas eu queria soltar pipa, brincar de pique, correr na pracinha. E isto não dá para fazer em casa.

Como o mau tempo não melhorava, minha mãe disse para eu chamar meus amigos para passar a tarde comigo. Ela fez bolo e chocolate quente, e avisou: ' Davi, convida quem você quiser, mas é para brincar bonitinho dentro de casa, porque está frio demais no quintal, combinado?' Eu disse 'combinado', claro, porque é chato ficar preso dentro de casa, mas é melhor ficar preso junto dos amigos que sozinho.

Depois do almoço todo mundo começou a chegar. Lemos uns livros engraçados que minha tia tinha me dado. Depois brincamos de colorir e de massinha. Estava tudo muito divertido, e tal, mas eu sentia que faltava alguma coisa.

Minha mãe vinha ver se estava tudo bem, se estávamos nos comportando. Vendo que eu não parecia completamente satisfeito, tratou logo de perguntar:

  • Meu filho, o que há? Não está gostando de brincar com seus amiguinhos?

  • Claro que estou, mamãe.

  • Então porque esta carinha triste?

  • Porque o dia está triste, cinza!

E foi só eu falar isso que meus amigos concordaram, dizendo que o dia estava tão feio que nem dava vontade de brincar direito. Minha mãe colocou a cara para fora da janela e deu um suspiro – 'é, vocês tem razão, o dia está cinza demais!' Mas, daí, no minuto seguinte, ela fez um troço genial!

Meu pai fazia uma porção de coisas, o tempo todo. Estava sempre inventando moda, como a vovó dizia. A minha mãe já era mais calma, não fazia tantas doideiras quanto o meu pai. Mas quando era ela que inventava moda, sempre tinha uma ideia legal!

Minha mãe pediu que sentássemos todos na sala, que ela ia pegar umas coisas e já voltava. Sentamos, curiosos, sem saber o que esperar. Em dois minutos ela estava de volta, com uma sacola cheia de coisas. Abriu a sacola e tirou de lá uma porção de bexigas azuis, que tinham sobrado do meu aniversário. Daí ela jogou todas no chão e disse: 'vamos lá, encham todos estes balões!' Nós começamos a encher, e era bem divertido fazer isso, e num minuto o chão da sala estava coberto de bolas azuis. Daí ela pegou outras bolas poucas, só umas quatro. Estas eram amarelas, e ela disse: 'encham estas também.' E saiu da sala.

Quando voltou, minha mãe trouxe uma escada e fita adesiva. Subiu na escada e pediu que lhe déssemos as bolas azuis. Então ela colou um pedaço de fita em cada bola e colou todas elas no teto, sem deixar um espacinho branco. Ao acabar, disse: ' me deem as amarelas, agora.' Juntou as quatro bolas amarelas fazendo uma só, bem grande, e colou num canto da parede, em cima das bolas azuis. Ela desceu da escada e me disse: ' agora me deem os desenhos que vocês fizeram, por favor.' Estávamos maravilhados com aquilo e obedecíamos sem contestar. Ela foi e colou os desenhos na parede, em forma de arco. Desceu da escada e olhou para todos nós com um sorriso de quem gosta de bagunça e disse: ' pronto. Taí. Vocês agora tem um céu azulzinho sobre as cabeças, e um sol bem forte brilhando. E ali, você encontram um arco-íris de desenhos, que é até melhor do que o de verdade. Agora quero ver todo mundo com uma carinha feliz, porque o dia está lindo aqui dentro e é isso que importa!'

Eu nem preciso dizer como foi o final da tarde, né? Fizemos uma bagunça danada! Todos os meus amigos pediram para voltar no dia seguinte para continuarmos brincando e eu adorei esta ideia. Na hora de dormir, eu estava exausto e feliz, e minha mãe, quando foi dar meu beijinho de boa noite, disse assim:' Davi, não importa o tempo do lado de fora. Quando o sol brilha dentro da gente, há sempre um céu azul sobre nossas cabeças'.

Eu demorei muitos anos para entender o que isto queria dizer. Mas, deste dia em diante, nunca mais fiquei triste com os dias nublados...

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A historinha do dia

Gente,

quando o Davi ia completar um ano, comecei a comprar várias coisinhas de circo e palhacinhos, para o bolinho que faria aqui em casa. Cismei que queria um carrossel. Procurei, procurei, e nada! Deixei para lá, comprei outras coisas, curti o aniversário do filhote.

Há alguns dias, vendo as fotos da fotógrafa Beta Bernardo, deparei-me com a foto de um carrossel. Estava no ensaio de uma gestante, ali no meio, representando tudo aquilo que eu acho que é o carrossel: a alegria das crianças e a 'roda' da vida. Por que a vida gira, né, gente?

Fiquei tão apaixonada pela foto que a vontade do carrossel nasceu de novo dentro de mim, e resolvi escrever uma historinha usando o carrossel. Acabei escrevendo sobre um cavalinho de carrossel que quer sair cavalgando mundo afora. Não sei se a historinha ficou tão boa quanto a foto, mas eu escrevi com carinho e espero que vocês gostem! ;-)

Para quem não conhece a Beta, semana que vem vou apresentá-la aqui. Até lá, deixo o convite. Aproveite o friozinho gostoso do final de semana para ver as imagens lindas que ela clica. Vão te deslumbrar, acredite! Estão aqui: http://www.betabernardo.com.

É isto. Bom final de semana e muito chocolate quente para todos nós!!!

Mil beijos e bons sonhos!!!!
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O cavalinho do Carrossel

O cavalinho do carrossel



Era um cavalo lindo, aquele. Era esbelto, de uma cor que reluzia ao sol. Mas não era um cavalo como os outros. Não cavalgava, não trotava, nem mesmo andava. Subia e descia, o dia inteirinho, naquele círculo mágico que fazia a alegria das crianças. Era um cavalo de carrossel.

Chamava-se Léo, o cavalo do carrossel. Tinha nascido ali, naquela roda itinerante, preso num constante vai e vem de pessoas e cidades. Conhecia a todos , já que o dono do carrossel às vezes o mudava de lugar. Seu cantinho preferido era bem no centro do brinquedo, entre dois outros cavalos – seus amigos, Junia e Tando. Como passara a vida toda ali, tudo o que conhecia dos lugares por onde passava era o que podia avistar ali do alto. Só que Léo prestava atenção ao que as crianças que montavam nele falavam. Muitas conversavam com ele, outras conversavam entre si, mas todas tinham algo de interessante a dizer. Léo também ouvia o que os adultos diziam, claro – embora nunca fosse nada tão divertido que valesse a pena prestar atenção. E, de tanto ouvir coisas boas sobre os lugares que haviam além do carrossel, Léo começou a querer sair dali. Nasceu nele uma vontade enorme, incontrolável, de sair do carrossel e cavalgar mundo afora.

Quando Léo disse a todos que queria cavalgar mundo afora, todos o apoiaram. Até mesmo o dono do carrossel, que lhe disse: 'vai Léo, cavalga o que tiver que cavalgar. Ponha asas, ganhe o mundo. Quando sentir saudades, será hora de voltar. Não coloco ninguém em seu lugar, que estará sempre te esperando.' E foi assim que, numa tarde fria de outono, Léo deu um pulo para fora do carrossel e ganhou o mundo.

Léo andou durante algum tempo, sem ver nada que não fosse estrada, antes de avistar algo. Era alguém que se movia devagar e engraçado, como se estivesse rebolando. Léo aproximou-se e viu, em sua frente, outro cavalo que não ele. Este, não era um cavalo de carrossel. Era um pangaré.

  • Olá. Sou Léo, e estou querendo viajar para conhecer tudo o que há por aí.

  • Olá. Você veio de onde?

  • De um carrossel que vai de cidade em cidade acompanhando o circo.

  • Ora, mas então já viajaste muito!

  • Sim e não. Já viajei, mas sempre preso ao carrossel. Agora que ver as coisas além daquela roda, quero cavalgar com minhas próprias patas!

  • Pois então conheceste o pangaré certo para ajudá-lo! Também eu adoro sair trotando por aí e posso acompanhá-lo. Vamos, juntos, então.

  • E como é mesmo o seu nome?

  • Oh, desculpe, não me apresentei! Sou Zé, o pangaré.

  • Que bom, vamos juntos, então. Léo, do carrossel, e Zé, o pangaré!

  • Isso aí, parceiro!

Nos dias seguintes, Léo e Zé tornaram-se inseparáveis. Zé era uma ótima companhia, tinha papo para tudo e para todos, e ensinou a Léo a jogar bola, a correr pelos campos e até mesmo a paquerar! Só que, conforme os dias se passavam, Léo começou a perceber que Zé não queria nada de nada com trabalho. Era um boa-praça, e também um boa-vida. Dizia que as coisas aconteciam naturalmente, que uma hora tudo acabava dando certo e assim levava a vida – uma hora fazendo um bico aqui, outra hora contando com a ajudinha de um amigo ali. Muitos lhe faziam favores, ele era mestre nisso: carismático, envolvia a todos em sua conversa e acabava conseguindo o que queria. Mas Léo não era assim. Não queria depender dos outros, não queria viver de favores. Então, depois de algum tempo, agradeceu ao amigo pela companhia e pelas lições e comunicou ' está na hora de eu continuar conhecendo o mundo'. Despediram-se, e Léo continuou sua jornada.

Depois de andar mais alguns dias, Léo deparou-se com um enorme estábulo. Nunca vira nada assim antes e, encantado, aproximou-se. Viu uma grande pista com obstáculos, onde um belo cavalo saltava, obedecendo aos comandos de uma menininha. Ficou bastante impressionado com aquilo e acabou assistindo ao treino inteiro. Quando a menininha saiu do cavalo, ele foi para o estábulo, onde Léo já estava esperando por ele.

  • Olá! Você salta muito bem, parabéns!

  • Obrigado, amigo. Você também salta?

  • Não, sou um cavalo de carrossel. Só subo e desço, agora que estou conhecendo o mundo. Aprendi a cavalgar ainda outro dia, saltar não tenho como!

  • Imagina. Se você já está acostumado com o sobe e desce do carrossel, vai ser fácil! Querendo aprender, posso te ensinar.

  • Quero, sim, claro! Parece tão divertido!

  • E é mesmo. Eu sou Tião, o garanhão. E você?

  • Sou Léo, do carrossel.

  • Prazer, Léo. Vamos começar os treinos agora mesmo!

Tião, o garanhão, era um cavalo de competição obcecado por medalhas. Sua rotina diária incluía, além dos treinos, exercícios e uma dieta rigorosíssima. Era um cavalo extremamente gentil, mas com gana de vitória. Não poupava esforços para sair-se bem nas competições.

Léo, por outro lado, nunca tivera uma rotina tão rígida quanto aquela. Seu trabalho no carrossel, além de divertido, permitia que ele conhecesse diferentes pessoas. Para um cavalo de carrossel, a vida de competidor era árdua demais. Gostou de ter aprendido a saltar e de se exercitar. Gostou até mesmo da dieta restritiva de Tião. Mas, com o passar dos dias, começou a sentir falta da flexibilidade, do poder ir e vir, do descompromisso. Achou que estava na hora de seguir seu caminho. Conversou com Tião, agradeceu-lhe muito por todos os ensinamentos e despediu-se.

O cavalinho de carrossel ainda teria muita coisa por conhecer. Divertiu-se com um cavalinho branco enfeitado que fugira de uma loja de brinquedos, aprendeu a comer milho com um cavalo de fazenda e a entregar o leite com o cavalo que puxava uma carroça. De cada um que conhecia, Léo tirava uma lição. Fazia amigos por todos os lugares onde passava. Mas, teve um dia, que não teve mais vontade de fazer nada.

Neste dia, Léo sentira uma pontada no peito de manhã cedinho. Estranhou, mas não deu muita importância. No decorrer do dia, no entanto, a pontada foi ficando cada vez mais forte, até tomá-lo por completo. Léo entendeu o que acontecia, então. Aquela pontadinha que o tomou por inteiro era saudade. De seus amigos, de seu dono, de sua vida. Do carrossel.

Depois de ter viajado mundo afora, Léo voltou ao carrossel. Contou a todos as novidade, falou do que aprendera. Era, mais do que nunca, um cavalo feliz. Isto ninguém lhe ensinara, ele aprendera por conta própria, e era no pensava sempre. Não importa para onde vamos, nem por quanto tempo iremos ficar. Em algum lugar temos um vínculo do qual não conseguimos nos separar. Viajar o mundo é muito bom, fazer novos amigos é incrível. Mas, o melhor de tudo, é voltar para casa!

Léo agora estava plenamente satisfeito, pois sabia seu lugar no mundo. Continuou viajando muito, sempre que podia. Mas era só a saudade apertar que ele batia em retirada! Ali, naquele carrossel, ele era amado. Ali, naquele carrossel, tinha uma família. E é por isso que em nenhum outro lugar do mundo ele era tão feliz quanto ali...