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Pula-Pulando, Nati e Enzinho brincando!

Natália pula-pula, a menina canguru

Quando Natália nasceu, na madrugada do último dia de um ano destes, nascia, do outro lado do mundo, um canguru. Ou melhor, uma canguru. As duas tinham exatamente a mesma idade, e uma não sabia que a outra existia. Mas, por um destes motivos que ninguém consegue explicar, as duas eram parecidas. Não se pareciam fisicamente, claro, já que uma era menina e a outra era canguru. Só que uma tinha um pouco do jeito da outra. E foi assim que a canguru nasceu tão bonita e vaidosa quanto a menina. E a Natália nasceu com a mania de pular, tal qual um canguru.

Natália gostava de pular em tudo, o tempo todo. Ela pulava da cama, ao acordar, e passava o dia dando saltos. Subia no sofá, escalava o parapeito da janela. E aí fazia sua alegoria: pulava da janela para o sofá, do sofá para o chão, e de lá saía dando pulinhos pelo ar. Todos os dias era isso. E todos os dias sua mãe advertia: Natália, cuidado, você vai cair! Não tinha jeito. A menina tinha mesmo instinto de canguru. Pulava e pulava e pulava e nunca se machucava.

Conforme Natália crescia, foi ficando cansada dos seus pulos janela-sofá-chão e começou a querer dar saltos maiores. Foi assim que sua mãe acabou descobrindo que tinha um pula-pula na pracinha. Pronto! Todo dia a menina queria ir até a pracinha. E pulava, pulava, pulava até cansar. A mãe de Natália via os pulos da filha e ria. Era tanta a alegria da menina que ela ficava feliz também. Mas ficava pensando no porquê da sua filha ter esta estranha mania.

Natália saía do pula-pula e continuava dando saltinhos no ar durante todo o percurso de volta para casa. Até que um dia não deu.

Natália saiu do pula-pula, radiante como sempre. Mas, ao invés dos saltinhos costumeiros na volta para casa, Natália deu um rodopio no ar. E deu outro, e outro, e mais um. Rodava feliz, na ponta dos pés, com os braços abertos cortando o vento. Sua mãe, emocionada, finalmente entendeu o que acontecia. Sua filha não era um canguru, afinal. Sua filha era uma bailarina! Uma pequena bailarina, que ainda não sabia os passos, mas que existia e estava ali, dentro dela, florescendo.

Hoje em dia, Natália ainda gosta de pular. Mas pula de uma forma diferente. Graciosa e delicada, dá saltos no ar em suas aulas de ballet.


Enzo pula-pula, o menino canguru!



Quando Enzo nasceu, em um dia de julho de um ano destes, nascia, do outro lado do mundo, um canguru. Os dois tinham exatamente a mesma idade, e um não sabia que o outro existia. Mas, por um destes motivos que ninguém consegue explicar, os dois eram parecidos. Não se pareciam fisicamente, claro, já que um era menino e o outro era canguru. Só que um tinha um pouco do jeito do outro. E foi assim que o canguru nasceu tão bonito e levado quanto o menino. E o Enzo nasceu com a mania de pular, tal qual um canguru.

Enzo gostava de pular em tudo, o tempo todo. Ele pulava da cama, ao acordar, e passava o dia dando saltos. Subia no sofá, escalava o parapeito da janela. E aí fazia sua alegoria: pulava da janela para o sofá, do sofá para o chão, e de lá saía dando pulinhos pelo ar. Todos os dias era isso. E todos os dias, sua mãe advertia: Enzo, cuidado, você vai cair! Não tinha jeito. O menino tinha mesmo instinto de canguru. Pulava e pulava e pulava e nunca se machucava.

Conforme Enzo crescia, foi ficando cansado dos seus pulos janela-sofá-chão e começou a querer dar saltos maiores. Foi assim que sua mãe acabou descobrindo que tinha um pula-pula na pracinha. Pronto! Todo dia o menino queria ir até a pracinha. E pulava, pulava, pulava até cansar. A mãe de Enzo via os pulos do filho e ria. Era tanta a alegria do menino que ela ficava feliz também. Mas ficava pensando no porquê de seu filho ter esta estranha mania.

Enzo saía do pula-pula e continuava dando saltinhos no ar durante todo o percurso de volta para casa. Até que um dia não deu.

Enzo saiu do pula-pula, radiante como sempre. Mas, ao invés dos saltinhos costumeiros na volta para casa, Enzo deu uma cambalhota. E deu outra, e outra, e mais uma. Fazia estrelas e se jogava ao ar com as pernas abertas, dando tesouradas no vento Fazia uma verdadeira coreografia de saltos coordenados. Sua mãe, então,finalmente entendeu o que acontecia. Seu filho não era um canguru, afinal. Seu filho era um capoeirista! Um pequeno jogador de capoeira, que ainda não sabia os passos, mas que existia e estava ali, dentro dele, pulsando.

Hoje em dia, Enzo ainda gosta de pular. Mas pula de uma forma diferente. Determinado e certeiro, dá giros pelo ar em suas aulas de capoeira.

2 comentários:

Thaty Ulm disse...

Eneida, tô chorando!!!!!!!!!!!!!!!!!
Foi a historinha mais linda que eu já li e ele com certeza quando crescer mais um pouquinho e entender vai amar saber que a Tia Dadá fez uma pra ele. Obrigada. Amo vcs!!!!!!!!!!!!!!!!

Dadá disse...

Que bom que você gostou, Thaty, fico feliz! Quando vi a foto dele no pula-pula, na mesma hora vi que ele ia virar um dos heróis do dia! :-)

Beijos mil

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