Aquele era um lugar fantástico. Uma grande floresta que abrigava pequenas casinhas coloridas, umas ao lado das outras. As ruas eram ladrilhadas com pedrinhas de brilhantes e reluziam à luz da lua. Em todas as esquinas, havia acesso para o Grande Parque. Ali, no meio da cidade e de fácil acesso a todos, o Grande Parque tinha escorregas, balanços, gangorras. Tinha tobogãs, piscinas de bolas, carrinhos e bonecas. As calçadas eram grandes camas elásticas, onde todos podiam pular e pular. Não importando quão alto pulassem, caíam sempre no colchão macio que ficava bem no cantinho do parque. O Rei cuidava para que a vida ali fosse uma grande festa, sempre. Tudo era perfeito. Era Kidilândia, um local perdido no meio do nada onde só viviam crianças.
Todos em Kidilândia sabiam de suas responsabilidades. Saíam, de manhã, para a cidade vizinha, Bored, onde viviam adultos. Ali, estudavam. Todos eram alunos aplicados, gostavam de ir às aulas. Mas gostavam mais ainda de voltar para a Velha Kidi, para brincar no Grande Parque ou se divertirem com a Biblio Bacana: uma enorme biblioteca que tinha os mais fantásticos livros infantis do mundo! Todas as crianças gostavam de passar algumas horas do dia na Biblio Bacana, para ler e contar histórinhas umas às outras.
A vida era realmente maravilhosa ali. Só tinha um problema. Um terrível vilão ameaçava a paz e a tranquilidade de todas as crianças de Kidilândia. Era Bill Bronco, o malvado, que sempre tentava invadir Kidilândia e tomá-la para si.
As ameaças de Bill Bronco ficavam mais fortes no inverno, quando a poeirinha das ruas subia e atacava às crianças. No meio dos atchins e afins, o Rei preocupava-se, pois sabia que aquela poeira era sinal de que Bill Bronco estava querendo atacá-los. Temendo pela segurança das crianças de Kidilândia, o Rei pediu a um valente guerreiro, Luca, que fosse ao encontro de Bill Bronco para combatê-lo:
Luca, tenho uma importante missão para você.
Sim, majestade!
Preciso que você afaste Bill Bronco de Kidilândia imediatamente.
Sim, majestade. Como devo fazer isso?
Você terá que ser muito corajoso e usar toda a sua força para tirá-lo daqui. Quando chegar o momento certo, você saberá o que fazer!
E assim, nosso pequeno guerreiro saiu ao encontro do Bill Bronco, sem nem saber direito o que encontraria pela frente. Tudo o que levava consigo era a coragem e a determinação de enfrentar o vilão que ameaçava sua querida Kidilândia.
Luca não precisou procurar muito. Bill Bronco estava a espreita, esperando por ele.
Você veio me enfrentar, rapazinho?
Luca levou um susto ao deparar-se com o terrível Bill Bronco ali, à sua frente, mas não demonstrou. Encheu o peito para dizer:
Bill Bronco, afaste-se imediatamente! Vim para bani-lo de Kidilândia!
Você, rapazinho? Tão pequeno e tão frágil, acha que pode lutar contra mim, que sou grande e cruel? Você não sabe do que eu sou capaz!
E, dizendo isso, Bill Bronco soprou forte em cima de Luca uma poeira nojenta que o tomou por inteiro. Nosso pequeno herói ficou ali, naquela nuvem de poeira, sem conseguir respirar. Puxava o ar dos pulmões, mas ele não vinha: a poeira nojenta tinha entrado em todo o seu corpo, e o estava enfraquecendo.
Bill Bronco gritava:
Eu vou invadir Kidilândia! Eu vou soprar a poeira nojenta em todas as crianças de lá! Kidilândia vai virar o meu reino, a Terra do Atchim, e as crianças serão minhas escravas! Não terão forças para brincar e se divertir, e nem mesmo para contar e ouvir histórinhas! Eu vou destruir tudo!
Luca ouviu estas palavras paralisado de medo. Não podia deixar que Bill Bronco destruísse sua amada Kidilândia e escravizasse todas as crianças. Lembrou-se, então, das palavras do sábio Rei. E, de repente, percebeu que sabia, sim, o que deveria fazer. Usou a pouca força que ainda lhe restava e pôs-se de pé. Tirou, de dentro de si mesmo, sua arma secreta. Uma arma que derrota todos os vilões e espanta para longe todos os males. Uma arma que nunca falha e só faz bem a quem a usa. Luca usou a força do AMOR!
Aproximou-se, lentamente, de Bill Bronco, e encheu o peito de amor. O amor que estava ali com ele, e não era só dele. Encheu-se do amor da mãe, do pai, das avós e dos avôs, das tias-dindas e de todos seus amigos. Naquele momento todos estavam ali, com ele, mesmo sem poder estar ao seu lado. E Luca canalizou toda esta energia positiva em um enorme, um gigantesco sopro de amor. E soprou, com toda sua força:
Vuuuuuuusssssssssshhhhhhh!!!!!
Bill Bronco não conseguiu nem saber o que tinha acontecido! Em questão de segundos, nosso guerreiro terminou a batalha, dizimando Bill Bronco. Todas as crianças de Kidilândia estavam salvas, Bill Bronco não era mais uma ameaça a ninguém!
Luca deu um suspiro de alívio. Estava exausto, pois a batalha tinha sido dura. Mas era um vencedor, e estava feliz por isto! Sentia a força voltando aos poucos, enquanto toda a poeira nojenta ia saindo do seu corpo graças ao poder do amor.
Tomou o caminho de volta para casa, num misto de ansiedade e satisfação. Tinha muitos beijos a dar, muitos abraços a receber. Todo o amor que o ajudara a enfrentar Bill Bronco estava ali, esperando por ele. E, mais do que nunca, ele estava pronto para retribuir este amor...
2 comentários:
Eneida,
Como você transforma tudo em poesia com uma visão tão pura e cheia de amor. Quanta sensibilidade ...
Com certeza, o Luca logo estará em casa e o Bill Bronco não voltará mais.
Bjos,
Letícia
Dadá, muito obrigado pela linda homenagem. Sua habilidade inata se manifestou de forma maravilhosa em seu blog.
Aproveito para dizer que o final da história foi mesmo feliz e cheio de amor: Luca voltou pra casa e está em nossos braços! Ele saiu do hospital e está muito feliz conosco, pulando muito e esbanjando sorrisos!
Mais uma vez, muito obrigado pelas lindas linhas que sua sensibilidade tornou reais para serem compartilhadas por todos.
Muitos beijos!
Fabio, Ju e Luca
Postar um comentário