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A Margarida Friorenta - Fernanda Lopes de Almeida


Era uma vez uma Margarida num jardim.

Quando ficou de noite, a Margarida começou a tremer.

Aí, passou a Borboleta Azul.

A Borboleta parou de voar.

- Por que você está tremendo?

- Frio!

- Oh! É horrível ficar com frio! E logo numa noite tão escura!

A Margarida deu uma espiada na noite.

E se encolheu nas suas folhas.

A Borboleta teve uma idéia:

- Espere um pouco!

E voou para o quarto da Ana Maria.

_ Psiu! Acorde!

- An! É você, Borboleta? Como vai?

- Eu vou bem. Mas a Margarida vai mal.

- O que é que ela tem?

- Frio, coitada!

- Então já sei o remédio. É trazer a Margarida pro meu quarto!

- Vou trazer já!

A Borboleta pediu ao cachorro Moleque:

- Você leva esse vaso pro quarto da Ana Maria?

Moleque era muito inteligente.

E levou o vaso muito bem.

Ana Maria abriu a porta para eles.

E deu um biscoito ao moleque.

A Margarida ficou na mesa de cabeceira.

Ana Maria se deitou.

Mas ouviu um barulhinho.

Era o vaso balançando.

A Margarida estava tremendo.

- Que é isso?

- Frio!

-Ainda? Então já sei! Vou arranjar um casaquinho pra você.

Ana Maria tirou o casaquinho da boneca.

Porque a boneca não estava com frio nenhum.

E vestou o casaquinho na Margarida.

- Agora você está bem. Durma e sonhe com os anjos.

Mas quem sonhou com os anjos foi Ana Maria.

A Margarida continuou a tremer.

Ana Maria acordou com o barulhinho.

- Outra vez? Então já sei. Vou arranjar uma casa pra você!

E Ana Maria arranjou uma casa para a Margarida.

Mas quando ia adormecendo ouviu outro barulhinho.

Era a Margarida tremendo.

Então Ana Maria descobriu tudo.

Foi lá e deu um beijo na Margarida.

A Margarida parou de tremer.

E dormiram muito bem a noite toda.

No dia seguinte Ana Maria disse para a Borboleta Azul:

- Sabe, Borboleta? O frio da Margarida não era frio de casaco não!

E a Borboleta respondeu:

- Ah! Entendi!

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