BRINQUEDOS,
BRINCADEIRAS E O QUE EU
TRAGO
DA MINHA INFÂNCIA
Eu
fui uma criança feliz. Muito feliz. Eu digo isso não com o
saudosismo do tempo, que nos faz esquecer do que passamos e torna o
passado melhor. Eu digo isso como uma criança que foi feliz e sabia
que era! E não tinha como ser diferente: eu tive pais presentes e
dedicados, irmãos- companheiros com quem brincar diariamente, avós
amorosos que nos mimavam, muitos primos com quem fazer bagunça. À
mesa, se faltavam os itens importados que sobram hoje nas prateleiras
do mercado, sobrava o pão quentinho da padaria, o biscoitinho da
Bisa, as tortinhas da tia, a comida caseira e bem temperada da mamãe.
Tinha amor em todos os cantos da casa e, no meu quarto, brinquedos.
Muitos brinquedos.
Nos
anos 80, onde vivi a maior parte da minha infância, as bonecas eram
da Estrela; os jogos, da Grow. Videogame era o Atari e, mais tarde, o
Nintendo. A China era, na época, um lugar distante onde havia uma
muralha. E só.
Os
brinquedos chegavam à minha casa, normalmente, em três datas
distintas: no dia das crianças, no meu aniversário e no Natal. Se
eu visse uma boneca que eu queria muito, eu a pedia aos meus pais. E
eles respondiam coisas como: 'você vai ganhá-la no dia das
crianças, então.' Ou, durante muito tempo, 'vamos colocar na
cartinha do Papai Noel.' Ao invés de frustração, isso gerava uma
ansiedade. Aquela ansiedade boa, de saber que algo bacana está para
chegar. E chegava.
E
dos brinquedos que eu tive, os preferidos sempre foram, justamente,
as bonecas. Bonecas tipo bebêzinho, bonecas Barbie, bonecas
Moranguinho: como eu as curtia! Todas tinham um nome. Eu tinha minhas
fases, também. Cada hora caía de amores por uma. E sim, tinha amor
de sobra para todas. Eu consigo me lembrar perfeitamente do quanto eu
era louca por elas. Consigo me lembrar da expectativa de ganhá-las.
No entanto...
Quando
olho para trás, e lembro da minha infância, eu não consigo me
lembrar das minhas queridas bonecas. Se alguém me disser: 'fecha os
olhos e pensa na sua infância', eu não me lembro dos meus
brinquedos. Eu só me lembro das brincadeiras. E como eu brinquei!
Eu
me lembro de cantar e dançar com minha irmã. Eu me lembro de nós
duas jogarmos muitos pedaços de papel picado para o alto, para
sortear uma cartinha – o nosso 'sorteio da Xuxa' particular e,
honestamente, bem mais divertido. Eu me lembro dos campeonatos de
elástico. Eu me lembro dos piques: pique-pega, pique-altos e, o
melhor de todos: pique-esconde! Eu me lembro da queimada. E do passa
anel. Eu me lembro de muitas pipas no céu, com meu tio (tentando)
ensinar meu irmão a empiná-las. Eu me lembro de uma margarida que
sentia frio, de uma menina muito curiosa, de um galo numa bolsa e de
um menino que tinha o dedo diferente. Eu me lembro de ter conhecido
muitos lugares, em muitas histórias que ouvi. Eu me lembro dos
amigos, eu me lembro dos cheiros, eu me lembro dos sabores. Eu me
lembro da sensação da minha infância. E eu sempre sorrio ao me
lembrar disso.
Hoje,
ao me dar conta que o dia das crianças seria esta semana, pensei:
preciso comprar um presente para as crianças. E quase no mesmo
instante, eles começaram a apostar uma corrida, às gargalhadas, no
meio da sala. Fui correr com eles, na mesma hora. Troquei o shopping
pelo pique-pega, seguido por uma sessão de guerra-de-cosquinhas. Eu
sei que eles adoram ganhar brinquedos, claro. Mas tenho certeza que,
daqui a alguns anos, eles não vão lembrar de todos os seus
brinquedos. Mas o pique-pega no meio da sala... ah, este eu sei que
os fará sorrir nos muitos anos por vir!
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