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Uma historinha de - perder o - medo.

Uma historinha de - perder o - medo.



Era uma sexta-feira chuvosa. Mas não era uma sexta-feira qualquer. Era uma sexta-feira treze. E nas sextas-feiras trezes dizem que tudo pode acontecer. Por isso, todo cuidado é pouco...

Carlinha não tinha medo da sexta-feira treze. Ao contrário das outras meninas, não achava que uma bruxa iria aparecer em sua frente e lhe lançar um feitiço. Ou que uma múmia poderia surgir para assustá-la. Ela sabia que estas coisas não acontecem. Pelo menos não acontecem para pessoas boas. E ela tinha certeza que tinha muito amor no coração para combater qualquer bruxaria. Assim, quando acordou naquela sexta-feira chuvosa, e lembrou-se que era dia treze, Carlinha não viu razões para se preocupar. Não tinha medo de nada. Ou de quase nada.

Tinha uma coisa que metia um medo danado na Carlinha. Gato. Carlinha tinha medo de gato! E isto era um bocado estranho, já que a menina adorava tudo quanto era tipo de bicho. Mas gato, não tinha jeito. Ela achava que gato arranhava, era fujão, desordeiro... enfim, não era amigo. Para quem perguntasse, justificava: 'sou uma pessoa de cachorro', como se por gostar de cachorro, não pudesse gostar de gato. Balela, claro! Todo mundo pode gostar de cachorro e de gato, mas ela não tinha explicação melhor para dar.

Não importava muito a cor do gato, já que Carlinha morria de medo era dos arranhões. Mas se tinha um gato que dava ainda mais medo na menina era o gato preto. Gato preto, dizem, dá azar. A menina, que não gostava dos bichanos, defendia esta ideia com firmeza. Se visse um gato preto no seu caminho, mudava o rumo. Não podia se arriscar a ter um gato preto cruzando sua vida. 'Não quero ser azarada', dizia. Até que um dia parou de dizer.

Foi neste dia. Nesta sexta-feira chuvosa. Nesta sexta-feira treze que tudo mudou.

Carlinha andava distraída por uma calçada. Olhava para o céu, tentando enxergar um rasguinho de sol. Procurava por um arco-íris. E ia assim com a cabeça nas nuvens, quando se deparou com aquilo. Aquilo ali na sua frente. Paradinha no meio da calçada, pequenina, machucada e com frio, estava uma bolinha de pêlos preta.

A menina queria desviar. Queria fugir dali a todo custo. Mas não conseguiu. Ela já tinha avistado. Viu que era uma gatinha preta ferida. Não podia escapar de fazer o certo. Mais alto do que o medo, falou o amor. E a menina abaixou para pegar a gatinha.

Carlinha levou a gatinha para casa e cuidou dela com carinho. A gatinha começou a ficar boa. A menina pensou em dar a gatinha quando ela estivesse sarada. Mas chegou o dia em que a gatinha estava recuperada e lhe faltou coragem. Não era mais uma gatinha. Era Cleo, a sua gatinha!

Muitas sextas-feiras ainda viriam. Com chuva ou com sol, sendo dia 13 ou não. Cleo, agora, era parte da família. Junto com a Luna, a cachorrinha da casa, formava uma dupla imbatível na arte de alegrar os outros. Ao contrário do que pensava, Carlinha descobriu que os gatos são carinhosos e companheiros. Passou a ser uma pessoa de cachorro e de gato. Percebeu que seu medo baseava-se em um preconceito que lhe impuseram, e que não se justificava.

Cleo, a gatinha preta, só trouxe sorte para a vida de Carlinha. Porque todo animal traz amor, e isto é uma tremenda sorte para quem os tem. E se você duvida, tenha um você também!



4 comentários:

Carla disse...

Dadá, amei a historia da Cleo!
Obrigada!
Bjsssss,
Carla.

Dadá disse...

Que bom, Carlinha! Vou pensar numa bem bonitinha prá Luna, pode deixar!!! Beijos

TECA ,OU TÉ disse...

Muito linda esta historinha de hoje;mas...
Continuo a mesma...Com medão e aflição de ficar onde tem estes bichinhos tão amados por vc minha sempre amada filhinha...
Lembra qdo. vc ficou com pena de deixar os gatinhos com frio e colocou embaixo do meu banco nosso carro?

Aretusa disse...

Dadá, pelo jeito você gosta muito de gatos, né? Afinal ele é só um bichinho, nós seremos humanos é que nos enchemos de superstições e medos, nada a ver com gatos...
Eu até estou mais amiguinhas de alguns pois minha filha e minha enteada amam!
Beijocas e mais historinhas pra nosso deleite!!
Aretusa, mamãe da Doce Sophia

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