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E você, o que anda lendo?

Hoje, 29 de outubro, comemoramos o Dia Nacional do Livro. E eu me vi pensando na data, nos livros que li recentemente, nos livros que tenho lido para as crianças. Já há algum tempo que a maior parte dos meus livros de cabeceira é de livros infantis. Primeiro porque eu amo, mesmo. Segundo, porque me inspiram: a minha vontade de escrever, assumo, veio desde antes da Bolsa Amarela - mas foi ali, na história da Raquel e das vontades escondidas em sua bolsa que eu quis escrever, de verdade, pela primeira vez! Terceiro, porque eu gosto de ler antes de contar as histórias para os meus filhos. A Lara ainda é bem pequena e não presta tanta atenção assim às historias. Para ela, ainda são os livros com sons e cores os que mais chamam a atenção. E na horinha de leitura dela, temos muitos! Ela brinca, ri, se diverte. Já associa que o livro é algo divertido, bacana. Mesmo que talvez ainda não perceba... Já o Davi, por outro lado, já faz a associação consciente: a hora da leitura é a hora em que eu e a mamãe vamos nos divertir juntos. Eu costumo dizer que é a hora de irmos para outros lugares, para fazermos novos amigos, sem sairmos do sofá. E ele já escolhe os lugares, já escolhe os amigos. E pede o mesmo livro por dias seguidos e eu tenho que contar a mesma história 3, 4 vezes. E eu adoro isso. O jeito como ele me olha curioso, esperando a próxima frase - que ele já tem decorada, e às vezes até fala junto! O jeito como ele ouve atento, prestando atenção. O jeito como ele responde às perguntas dos livros - 'você já se sentiu da forma tal?' e ele fala, eufórico: jáááá! 
Falamos tanto da importância da leitura, mas é, de fato, de pequeno que se aprende. Vamos formar os grandes leitores de amanhã? Vamos, sim. Começando hoje, que tal? Mesmo você, que, talvez, não goste tanto assim de ler... Leia! Leia para as crianças da sua vida. Você pode não saber, mas estará criando momentos inesquecíveis. E transformando a criança de hoje no devorador de livros de amanhã. Pode apostar! ;)


Quer uma ajuda na tarefa? Estou aqui para isso! Pensei em escrever uma historinha, mas, ao invés, quis fazer algo que não faço há muito tempo: recomendar os livros que li e amei recentemente. Vou fazer de uma forma livre, dizendo mais ou menos qual se enquadra a qual faixa etária (está na postagem aqui embaixo!). E quero ouvir a opinião de vocês, também! Se você tiver lido um livro bacana que curtiu muito, conta para mim! Estou sempre buscando novas histórias! Deixa aqui nos comentários (se puder, deixa junto seu email), ou deixa na página do blog no facebook. 

Um beijo estalado e um abraço apertado!

A FOTO LINDA AQUI EM CIMA É OBRA DA FOTÓGRAFA PATRÍCIA PAIVA. PARA CONHECER MAIS E SE ENCANTAR PELO TRABALHO DELA, DÁ UM PULO NA PÁGINA DELA NO FACEhttps://www.facebook.com/pages/Patricia-Paiva-fotografia/161362757245965?fref=ts
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LIVROS QUE AMO: RECOMENDAÇÕES NOVAS DE LIVROS INFANTIS!

Bom, para comemorar o dia nacional do livro, nada melhor do que... ler! Ler muito, hoje e sempre. E eu estou cheia de livros bacanas aqui em casa que eu tenho certeza que vocês também vão amar! :) Vamos às recomendações recentes de livros? {se você ainda não começou sua biblioteca mirim, tem mais dicas aqui: http://umahistorinhapordia.blogspot.com.br/search/label/Montando%20uma%20biblioteca%20mirim }
Antes de falar dos livros, três coisas. A primeira: as recomendações são minhas, como mãe e leitora. A classificação, também. Assim, pode ser que eu diga 'este livro é legal para uma criança de 3 anos' e vocês não achem. Ok. Foi bacana para a minha criança de 3 anos e por isso estou recomendando. Mas, não sigo nenhum critério fixo: todas as recomendações são feitas com base na minha vivência, e apenas isto. A segunda: as indicações são de livros que eu comprei para os meus filhos, sobrinhos ou afilhados, ou que meus filhos ganharam de presente. Também podem ser de livros que eu li na livraria, enquanto escolhia os presentes. Mas eu não sou patrocinada por nenhuma editora (quem dera!), nenhum autor, ninguém! Só para esclarecer. A terceira: sim, livros, no Brasil, são mais caros do que em outros países. A vida no nosso país é cara, o livro não foge à regra. Falta de dinheiro não pode ser desculpa para fugir à leitura! Está com pouco dinheiro? Faça uma ciranda de livros entre amigos: compre um livro e combine com os amigos (no caso de livros infantis, provavelmente você pode combinar com os pais dos amiguinhos da sua criança) um troca-troca. Cada um fica com um livro por uma ou duas semanas e então, trocam por outro e outro. Assim, você gasta o dinheiro de um livro, mas tem acesso a vários. Não tem dinheiro nem para comprar unzinho só? Corra para a biblioteca mais perto da sua casa. Ah, não tem biblioteca na sua cidade? Entra no site do Itaú Criança e peça a coleção de livros que eles dão DE GRAÇA! Você não paga nem a postagem e os recebe em casa. Pronto: não tem mais desculpa para não ler, né? ;)
Vamos, então, às minhas novas paixões...


RECOMENDAÇÕES DE LIVROS INFANTIS:


1) LIVROS PARA CRIANÇAS MENORES DE UM ANO:

Nesta idade, a recomendação não muda: os melhores são os livros com sons e cores, de fácil manuseio: podem ser de tecido, plástico, e.v.a... o importante é que a criança possa tocá-los, possa brincar com eles. Para que elas comecem a associar os livros a algo divertido.

2) LIVROS PARA CRIANÇAS DE UM A DOIS ANOS:

Os livros continuam tendo que ser 'indestrutíveis', mas já podem conter novos elementos. Eu estou gostando muito de uma coleção da Publifolhinha, chamada 'Primeiras palavras'. Os livros são duros, pequenos, fáceis de serem manuseados, e tem as gravuras grandes, onde você pode mostrar à criança cores, números, etc. 
Além desta coleção, tem o queridinho da casa: 'Peixonauta: Ritmos do Parque', da Ed. Melhoramentos. É um livro com diferentes tipos de sons e as crianças daqui amam! Foi presente da tia Patrícia Lacombe no aniversário de 2 aninhos (se não me engano) do Davi, e agora é a verdadeira loucura da Lara. Os dois sentam, mexem em todas as teclas, escutam os sons, o Davi pede para eu contar a história. Muito bacana, mesmo.

3) LIVROS PARA CRIANÇAS DE TRÊS A QUATRO ANOS:

A recomendação, aqui, é que os livros já tenham histórias capazes de prender a atenção do pequeno leitor. Para isso, as ilustrações são importantes: quanto mais coloridos, mais as crianças gostam de ver os desenhos. E as editoras sabem disto: o capricho visual dos livros não para de crescer!
Toda a 'Coleção Batutinha' da Ana Maria Machado, já prende a atenção das crianças desta idade. Aqui em casa estamos lendo e relendo Doroteia, a centopeia. E desta mesma coleção eu acho 'O Distraído sabido' um livro lindo! Toda a coleção é da Ed. Salamandra e fácil de achar em qualquer livraria.
O livro 'Aos Poucos', de Amer Stewart e Lanyr Marlow (Ed. Ciranda Cultural) acaba de chegar na casa: presente da vovó Leda (uma das maiores incentivadoras para que eu me tornasse a devoradora de livros que sou hoje!) para o Davi, no dia das crianças. A história, simples e emocionante, prende a atenção dos pequenos e certamente também agradará aos leitores de 5, 6 aninhos, que começam a ler por conta própria. 
E ainda no dia das crianças, o presente do Davi, dado pela papai e pela mamãe, foi, claro... um livro! A verdadeira paixão do Davi atualmente: tenho lido este livro todos os dias, pelo menos duas vezes, para ele - a pedido dele, para meu orgulho! Trata-se de 'Rinocerontes não comem panquecas', de Anna Kemp e Sara Olgivie. A história sobre como os pais de Daisy não prestam atenção às coisas que ela diz - estão sempre ocupados - e por isso não se dão conta de que tem um rinoceronte na casa, é um verdadeiro alerta para os pais. Será que prestamos, de verdade, atenção ao que as crianças pequenas dizem? Certamente deveríamos... A história é um barato, o Davi não enjoa. Nem eu! :)


4) LIVROS PARA CRIANÇAS DE CINCO A SEIS ANOS:

A recomendação dos livros da Mary e Eliardo França continua, já que nesta fase, é importante estimulá-los a ler por conta própria. Além destes, 'Pinote, o Fracote e Janjão, o fortão', da Fernanda Lopes de Almeida (ed. Ática) está entre meus preferidos - aliás, todos os livros desta coleção (Coleção Passa Anel) são o máximo!
E eu tenho paixões literárias... O meu queridinho da vez é um autor que já está aqui em casa, já mencionei antes. Mas o livro mais recente dele vou colocar aqui, pois foi o meu presente de dia das crianças para meu afilhado. O autor é o Oliver Jeffers e eu adoro tudo o que ele escreve! O livro a que me refiro agora é 'O incrível menino devorador de livros' da Ed. Salamandra. Absolutamente fantástico, caí de amores assim que comecei a folheá-lo! Outro livro dele, da mesma editora, que amo é 'O coração e a garrafa'. Separem um lenço, porque este é de chorar - e é também um livro lindo para se falar sobre a morte com crianças pequenas.


5) LIVROS PARA CRIANÇAS DE SETE A OITO ANOS:

Agora, ler já é um fato. É hora de estimular o hábito. Vale a pena levar a criança junto à livraria, deixar que ela mesma olhe, folheie, descubra os livros. Deixe-a escolher o que gosta. 
O que eu gosto muito, sempre, são dos livros da Ana Maria Machado - para esta fase, dois livros bacanas são 'A princesa que escolhia' (ed. Alfaguara) e 'O príncipe que bocejava' (ed. Alfagura), que tem histórias bem atuais.
Outra autora queridinha é a Ruth Rocha e nesta idade, as crianças já conseguem lê-los sozinhas. Na minha geração, todo mundo leu 'Marcelo, marmelo, martelo' (ed. Salamandra) , mas ela tem muitos outros - eu, particularmente,  amo 'Romeu e Julieta' (ed. Salamandra).
Também aqui eu vou colocar o 'Mania de Explicação', da Adriana Falcão (ed. Salamandra). Ele já pode ser lido para crianças menores - a partir de uns 4 aninhos já acompanham bem a história - mas, agora, eles podem ler por conta própria. Também da mesma autora e editora, 'Valentina Cabeça na lua' é lindo!

  
Bom, por hoje, estas são as dicas. Depois vou fazer uma nova seleção, focada nas crianças maiores e nos adolescentes. Afinal, as crianças crescem e precisam continuar ganhando livros, né? :)

Espero que tenham gostado das dicas, que comprem novos livros, que os peguem na biblioteca, que os peguem emprestado com amigos... QUE LEIAM!!!! E que conheçam lugares fantásticos e lugares incríveis através das páginas dos livros!

Um beijo estalado e um abraço apertado!

PS: A FOTO ENCANTADORA AQUI EM CIMA  (TEM COISA MELHOR QUE VER CRIANÇA FELIZ POR ESTAR CERCADA DE LIVROS? ) É OBRA DA FOTÓGRAFA PATRÍCIA PAIVA. PARA CONHECER MAIS E SE ENCANTAR PELO TRABALHO DELA, DÁ UM PULO NA PÁGINA DELA NO FACE: https://www.facebook.com/pages/Patricia-Paiva-fotografia/161362757245965?fref=ts         
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O que você guarda da sua infância?

Neste dia das crianças, eu vou aproveitar demais os meus filhos. Vou abraçá-los, vou beijá-los, vou correr com eles pela sala rindo, vou fazer desenhos, vou soprar bolhas de sabão. Exatamente como já fiz hoje, antes deles irem para a escola. E como farei amanhã, também!
Vivemos, cada vez mais, numa sociedade eternamente insatisfeita, que busca sempre um 'algo a mais'. Para as crianças, isto não é diferente: o 'algo a mais' é mais um carrinho, ou uma nova boneca. A mais. Mas, este 'mais', será que acrescenta, mesmo?
Meus filhos tem muitos, muitos brinquedos. Mais do que eu e meus irmãos tivemos juntos, na nossa infância inteira. Não digo isto como lamento ou crítica, mas como constatação.   Hoje em dia, basta abrir um Kinder Ovo para ganhar um brinquedinho. Brinquedo e chocolate juntos: tem como ficar melhor do que isso? :)
Toda criança gosta de brinquedos. Eu gostava, você gostava. Mas, olhando para trás, pensando na sua infância, o que vem à sua cabeça? 
À minha, vem as brincadeiras. Sim, porque brinquedo é uma coisa, brincadeira é outra! Para uma brincadeira, não é preciso ter um brinquedo. Você já parou para pensar nisso? Não? Pensa bem. Aquela vez que você chegou com aquele brinquedo caríssimo, importado, bacanérrimo para dar de presente e... a criança começou a brincar com a caixa! Isto acontece muito. Porque, no fundo, no fundo, o melhor brinquedo de uma criança é a sua imaginação. E é ela quem vai transformar a caixa num avião - e depois num barco, e depois num trem, e depois... 
Neste dia das crianças, dê um brinquedo, se você puder. Mas, mais do que o presente, dê a sua presença! Dê asas à imaginação da criança que está aos eu lado! Pisem numa poça de lama como se atravessassem um planeta desconhecido. Façam caretas, muitas caretas, para espantar todos os dragões escondidos no armário. Deem cambalhotas e finjam estar no circo. Peguem o seu pião (sim, isto mesmo, o seu, o brinquedo da sua infância, antigo e divertido!) e encantem-se com a roda de cores a girar e girar. Aproveitem o dia e continuem fazendo o mesmo por todos os dias seguintes! 
Que todos tenhamos uma semana de muitas brincadeiras!

Beijos em todos, Dadá

PS: Ao invés de desenhos, desta vez escolhi imagens. Este menino aqui no alto, escalando um castelo para salvar a princesa do terrível monstro de 5 cabeças, é o meu afilhado! Sim, o meu Arthur Batman, para quem já escrevi antes. É meu amor, meu encanto, meu sorriso doce com covinhas, meu chamego ao dizer: 'dindinha, olha a lua no céu!' E esta foto linda é de uma grande amiga que, como eu, acha que brinquedo é legal, mas que brincadeiras são imprescindíveis! O nome dela é PATRÍCIA PAIVA, é uma fotógrafa super bacana aqui do Rio de Janeiro, que adora retratar famílias. Se vocês quiserem conhecer mais do trabalho dela, ela está no facebook e no Instagram. No facebook, o link da página é o  https://www.facebook.com/pages/Patricia-Paiva-fotografia/161362757245965. Quem passar lá, certamente vai curtir muito. E as fotos do artigo aqui embaixo também são dela e foram fonte de inspiração para estas linhas que aqui escrevo...                
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Brinquedos, brincadeiras e o que eu trago da minha infância.


BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E O QUE EU
TRAGO DA MINHA INFÂNCIA

Eu fui uma criança feliz. Muito feliz. Eu digo isso não com o saudosismo do tempo, que nos faz esquecer do que passamos e torna o passado melhor. Eu digo isso como uma criança que foi feliz e sabia que era! E não tinha como ser diferente: eu tive pais presentes e dedicados, irmãos- companheiros com quem brincar diariamente, avós amorosos que nos mimavam, muitos primos com quem fazer bagunça. À mesa, se faltavam os itens importados que sobram hoje nas prateleiras do mercado, sobrava o pão quentinho da padaria, o biscoitinho da Bisa, as tortinhas da tia, a comida caseira e bem temperada da mamãe. Tinha amor em todos os cantos da casa e, no meu quarto, brinquedos. Muitos brinquedos.
Nos anos 80, onde vivi a maior parte da minha infância, as bonecas eram da Estrela; os jogos, da Grow. Videogame era o Atari e, mais tarde, o Nintendo. A China era, na época, um lugar distante onde havia uma muralha. E só.
Os brinquedos chegavam à minha casa, normalmente, em três datas distintas: no dia das crianças, no meu aniversário e no Natal. Se eu visse uma boneca que eu queria muito, eu a pedia aos meus pais. E eles respondiam coisas como: 'você vai ganhá-la no dia das crianças, então.' Ou, durante muito tempo, 'vamos colocar na cartinha do Papai Noel.' Ao invés de frustração, isso gerava uma ansiedade. Aquela ansiedade boa, de saber que algo bacana está para chegar. E chegava.
E dos brinquedos que eu tive, os preferidos sempre foram, justamente, as bonecas. Bonecas tipo bebêzinho, bonecas Barbie, bonecas Moranguinho: como eu as curtia! Todas tinham um nome. Eu tinha minhas fases, também. Cada hora caía de amores por uma. E sim, tinha amor de sobra para todas. Eu consigo me lembrar perfeitamente do quanto eu era louca por elas. Consigo me lembrar da expectativa de ganhá-las. No entanto...
Quando olho para trás, e lembro da minha infância, eu não consigo me lembrar das minhas queridas bonecas. Se alguém me disser: 'fecha os olhos e pensa na sua infância', eu não me lembro dos meus brinquedos. Eu só me lembro das brincadeiras. E como eu brinquei!
Eu me lembro de cantar e dançar com minha irmã. Eu me lembro de nós duas jogarmos muitos pedaços de papel picado para o alto, para sortear uma cartinha – o nosso 'sorteio da Xuxa' particular e, honestamente, bem mais divertido. Eu me lembro dos campeonatos de elástico. Eu me lembro dos piques: pique-pega, pique-altos e, o melhor de todos: pique-esconde! Eu me lembro da queimada. E do passa anel. Eu me lembro de muitas pipas no céu, com meu tio (tentando) ensinar meu irmão a empiná-las. Eu me lembro de uma margarida que sentia frio, de uma menina muito curiosa, de um galo numa bolsa e de um menino que tinha o dedo diferente. Eu me lembro de ter conhecido muitos lugares, em muitas histórias que ouvi. Eu me lembro dos amigos, eu me lembro dos cheiros, eu me lembro dos sabores. Eu me lembro da sensação da minha infância. E eu sempre sorrio ao me lembrar disso. 
Hoje, ao me dar conta que o dia das crianças seria esta semana, pensei: preciso comprar um presente para as crianças. E quase no mesmo instante, eles começaram a apostar uma corrida, às gargalhadas, no meio da sala. Fui correr com eles, na mesma hora. Troquei o shopping pelo pique-pega, seguido por uma sessão de guerra-de-cosquinhas. Eu sei que eles adoram ganhar brinquedos, claro. Mas tenho certeza que, daqui a alguns anos, eles não vão lembrar de todos os seus brinquedos. Mas o pique-pega no meio da sala... ah, este eu sei que os fará sorrir nos muitos anos por vir!
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Voltando...

É gente,

o tempo passou. Um longo hiato, maior do que eu esperava, foi necessário para que eu voltasse para cá. Continuei escrevendo, mas não todos os dias. Não deu! Duas crianças, duas cachorras e uma vida que eu parecia não dar conta. Mas, agora, as coisas voltam a se ajeitar. As crianças estão um pouco maiores e eu pareço ser, novamente, dona de - parte das - minhas horas. Por isso, era hora de voltar! E estou TÃO feliz com isso que é até difícil colocar em palavras. Não estou - AINDA - voltando por completo. Já tenho várias historinhas prontas para serem postadas, mas aprendi a não ter pressa. Por isso, considerem que o blog 'saiu do CTI' e foi para o 'semi-intensivo'. Logo, logo, volta com força total. e eu venho contar, tintim por tintim, tudo o que aconteceu durante o tempo que estive afastada. ;)

Mas, hoje, eu quis escrever. Começou outubro e é o mês da prevenção ao câncer de mama. Já começaram a surgir vários coraçõezinhos na minha página no facebook e, por mais que eu adore este movimento, acho que é preciso fazer algo mais efetivo. É preciso dizer para todas as mulheres: faça o auto-exame das mamas! Vá ao seu ginecologista, faça mamografias preventivas, cuide-se! E eu espero que todas as mulheres que vem aqui estejam se cuidando. E que todos os homens que vem aqui dêem esta dica às mulheres em sua vida! 

Cada um tem uma forma de chamar a atenção para algo. Eu só o sei fazer escrevendo. Por isso trago, com todo carinho, a menina do cabelo cor-de-rosa para vocês. Em homenagem a todas as mulheres que lutam ou já lutaram contra o câncer de mama. A vocês, em especial, um beijo enorme, com todo meu amor.

Um beijo estalado e um abraço apertado!

Até breve {mesmo!!!}!
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A menina do cabelo cor-de-rosa



A MENINA DO CABELO COR-DE-ROSA


Era uma vez uma menina que tinha o cabelo cor-de-rosa. Rosa, rosa. Rosa como bala de morango. Rosa como algodão doce. Rosa como um bicho de pelúcia cor-de-rosa que enfeita quarto de bebê. Tinha os cabelos compridos e os balançava ao vento, para lá e para cá, em rodopios dançarinos. Rosa que dançava ao vento tão bonito que parecia um carrossel. Tão lindo!
A pele da menina do cabelo cor-de-rosa era branquinha, muito branquinha. Talvez por isso o cabelo parecesse ainda mais rosa. Seus olhos curiosos tinham a cor do céu antes de chover. Um cinza tão intenso que nos fazia esperar pela chuva. E chovia. De vez em quando, os olhos da menina do cabelo cor-de-rosa choviam. Quase sempre escondidos, choviam.
A boca da menina do cabelo cor-de-rosa tinha um sorriso tímido. Ele parecia sempre se esconder atrás de um ou dois tufos de cabelo. Quando os olhos choviam, ele se escondia bem fundo e ninguém o via. Mas os olhos paravam de chover e ele aparecia, timidamente, como um raio de sol no meio das nuvens. E quando ele aparecia, o rosto da menina do cabelo cor-de-rosa se iluminava.
As pernas da menina do cabelo cor-de-rosa eram cansadas. Pareciam se mover devagar, devagar como um rio na seca, sem pressa de chegar onde tinham que ir. Já os seus braços eram ávidos. Moviam-se rapidamente e tudo acontecia como num filme: o braço inquieto, sabendo o que viria, a picada de mosquito- e então o braço imóvel e a cabeça girando. Todo o corpo num torpor desconfortável, enquanto a mente sonhava em voar para longe dali.
A menina do cabelo cor-de-rosa estava entrando na sua quarta década de vida e, há muito, já deixara de ser menina. Mas, ao ouvir do homem de branco a notícia, algo se deu dentro dela. Uma vontade de viver, mais do que nunca. Uma vontade de voltar a ser criança e deitar no colo de sua mãe onde nunca nunca nunca mal nenhum seria capaz de lhe alcançar.
A menina do cabelo cor-de-rosa nasceu sem cabelos. Teve cabelos escuros, por muito tempo compridos. Depois, não teve mais um único fio na cabeça. E foi então que resolveu mudar. E quis ter os mesmos cabelos da sua boneca preferida. E teve os cabelos cor-de-rosa durante muito, muito tempo.
A menina do cabelo cor-de-rosa pode estar sentada ao seu lado, neste momento, e você nem sabe disso. Ela viu muitas outras meninas, com e sem cabelo, alcançarem a lua e virarem estrelas lindas, que iluminam suas noites. Mas ela continuou aqui. Com o cabelo crescendo, quase todo preto – alguns fios brancos, que ela não disfarça mais. E uma única mecha mínima, imperceptível aos olhos desatentos, cor-de-rosa. Para que ela sempre se lembre da sua história e a leve adiante.




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